quinta-feira, 16 de abril de 2015

Luta camponesa avança por meio da ocupação de novos latifúndios

Foto da ocupação do MST na Fazenda Coqueiros, norte gaúcho, no ano de 2011.
Os últimos dias de fins de março e do mês de abril têm sido marcados por novas ações do movimento camponês brasileiro pela conquista da reforma agrária e da distribuição das terras para todos aqueles que efetivamente as trabalham. 

Em Goiás, no último dia 27 de março, 290 famílias camponesas, organizadas pelo Movimento Popular Terra Livre, ocuparam duas fazendas improdutivas. A Fazenda Furnas, latifúndio improdutivo de 3000 hectares, localizada no munícipio de Quirinópolis, a 300 km da capital, e a Fazenda São Franscisco Curralinho, de 950 hectares, no município de Jaraguá, a 130 km da capital. No último dia 6 de abril, também organizadas pelo Movimento Popular Terra Livre, 130 famílias camponesas ocuparam a Fazenda Sete Lagoas, também em Quirinópolis, como resposta ao pedido de reintegração de posse recebido após a ocupação da Fazenda Furnas. 

No Rio Grande do Sul, cerca de 1500 famílias camponesas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na madrugada do dia 16 de abril, a Fazenda Guerra, no município de Tapes, sul do estado. Os camponeses e suas lideranças denunciam que a Fazenda Guerra trata-se de um latifúndio improdutivo de 7500 hectares, utilizados sazonalmente para atividades econômicas anti-desenvolvimento e nocivas ao meio ambiente, como o plantio de eucaliptos para a indústria de celulose. Os camponeses sem terra denunciam também que o plantio de eucalipto é realizado com dinheiro público, fato absurdo diante do fato de os proprietários da Fazenda Guerra possuírem com o Estado uma dívida de mais de R$ 20 milhões. 

As ações de ocupação recentes levadas a cabo pelos campos de nosso país ocorrem num contexto de ascenso da luta dos lavradores brasileiros. As políticas do Governo Dilma Rousseff contra os lavradores, contra os povos indígenas e de benefício às monoculturas de exportação têm levado à eclosão de uma verdadeira situação de guerra pelas zonas rurais brasileiras. No último ano de 2014, segundo dados recentes divulgados pela Comissão Pastoral da Terra, mais de 800 mil camponeses se envolveram em conflitos agrários, maior número desde o ano de 2005, quando este atingiu a marca de mais de 1 milhão de lavradores e assalariados agrícolas.


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