Vivemos em um país
dominado pelo imperialismo em todos os aspectos: econômico, cultural e político. Na economia, os grandes monopólios imperialistas
controlam ramos fundamentais da economia brasileira, e, a cada ano que passa, a
desnacionalização da economia avança. O governo vende-pátria, seus tecnocratas
e burocratas concedem generosos empréstimos e financiamentos ao capital
estrangeiro, aprofundando ainda mais a desnacionalização. Nossos rios, matas,
florestas e riquezas naturais, que deveriam pertencer somente ao povo
brasileiro, e a mais ninguém, são de nós saqueados para satisfazer os
interesses dos monopólios imperialistas estrangeiros. Em sua sede insaciável
pelo saque de nossas riquezas, o imperialismo se utiliza de seus lacaios
internos, os latifundiários e grandes capitalistas, para engolir enormes
vastidões de nossa terra nativa e submetê-las ao tirânico regime da monocultura
da soja e da cana. Em decorrência disto, camponeses e povos originários são
submetidos a todo tipo de violência e ataques, despejados às dezenas de
milhares de suas terras para atender ao interesse dos imperialistas por nossas
matérias-primas. A monocultura avança de maneira violenta sobre as lavouras
dedicadas ao abastecimento do mercado interno, causando duros golpes sobre
nossa economia e obrigando nós, brasileiros, habitantes de "terras em que
se plantando tudo dá", a tornarmo-nos importadores de alimentos e demais
produtos que temos todas as condições de produzir.
Na cultura, somos bombardeados diariamente com o
lixo produzido pelos países imperialistas, que entorpecem grandes parcelas das
massas populares. Em lugar de uma cultura nacional, científica e de massas,
difunde-se em larga escala o oportunismo, o complexo de vira-latas, a submissão
ao estrangeiro, o "patrioterismo de copa". A verdadeira cultura
produzida pelas massas populares brasileiras é tratada como algo estranho, o
que leva grandes parcelas de nosso povo, particularmente as massas
pequeno-burguesas, a exaltarem muito mais o que vem de fora do que o que é
produzido aqui. Na política, predomina o oportunismo, o
curralismo eleitoral e demais práticas degeneradas. Os grandes capitalistas e
latifundiários brasileiros, lacaios históricos do imperialismo, apresentam o
farsante sistema eleitoral como a fina flor da democracia, muito embora a
ocupação de cargos públicos seja um privilégio dos poucos que recebem vultuosas
doações das grandes empresas, empreiteiras e especuladores. A esmagadora
maioria dos políticos brasileiros é, por excelência, grandes capitalistas ou
latifundiários, e quando não o são, atuam diretamente para atender os
interesses desse grupo.
Todos esses fatores, perfeitamente constatáveis por uma breve observação da realidade, existem e se desenvolvem, porque o Brasil é um país fundamentalmente semicolonial e semifeudal. Ao contrário do que dizem alguns apologetas da ordem imperialista, o Brasil ainda precisa conquistar sua verdadeira independência e só realmente a conquistará travando uma dura e longa batalha contra o imperialismo e os seus aliados internos e externos. Para realizarmos tal feito, é mais do que necessária formar uma ampla Frente Única de todas as classes e forças sociais democráticas, anti-imperialistas, que lutam por democracia, por soberania nacional, por justiça social e pelos direitos do povo.
O Movimento Bandeira Vermelha é uma organização que surge do trabalho do Coletivo Bandeira Vermelha com o objetivo de promover a ideia da formação de uma Frente Única e buscará organizar as massas de jovens estudantes, operários e camponeses, elevando o seu nível de consciência.