Nos últimos dias 28 e 29 de novembro, foi dada carta branca
para as grandes companhias multinacionais seguirem destruindo os recursos
naturais e o meio ambiente de nosso país. Aconteceu a 12ª Rodada de Leilão dos
Blocos de Petróleo e Gás Natural – promovida pela Agência "Nacional"
do Petróleo – sobre as bacias terrestres, que incluía nelas a busca e
exploração por gás natural em meio ao Aquífero Guarani. A semi-estrangeira
Petrobras, que arrebatou 68% dos blocos em terra, e tendo pelo menos 35% de seu
capital em ações sob ocupação norte-americana, já fez com que pelo menos 23,8%
da exploração do gás de xisto fosse parar em mãos do imperialismo
norte-americano. Levando em conta as 11 outras empresas que arrebataram o
leilão, a maior parte da exploração do gás xisto será feita por empresas
privadas, das quais boa parte com um lamentável histórico de violação de
direitos humanos de operários que trabalhavam em suas obras, assim como de
povos originários assassinados ou expulsos de suas terras pelas devastadoras atividades.
Além de levar a cabo a privatização dos recursos naturais, a
12ª Rodada da ANP causará enormes danos ambientais. A exploração do gás
natural, por parte das empresas envolvidas em tal rodada, será feito pelo
método do "fracking", já criticado em diversos países onde foi
realizado – entre eles, Argentina, Espanha, Romênia e E.U.A.
O método do "fracking", resumidamente, consiste em
extrair os recursos do subsolo por meio da quebra das rochas abaixo dos lençóis
freáticos, injetando no subsolo enorme quantidade de água, areia, e mais de 600
produtos químicos altamente tóxicos. O gás natural, ao se juntar com os
produtos tóxicos, areia e água injetados, passará à superfície podendo por meio
de falhas nas rochas e tubulações, contaminar os Aquíferos e lençóis d’água,
trazendo como consequência uma série de acidentes relacionados a explosões,
poluição do ar com o gás metano, poluição dos rios e morte dos animais que
dependem dessas fontes de água. As consequências se agravam pelas
possibilidades dos produtos injetados na terra para a extração do gás causar
câncer e más formações congênitas.
O diretor do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, alertou o
quanto essa técnica é agressiva do ponto de vista ambiental. “Ao realizar este
leilão, o Brasil está dando um passo no escuro. Boa parte dos poços de gás e
óleo de xisto estão logo abaixo do aquífero Guarani, uma das maiores reservas
subterrâneas de água doce do mundo. Temos que preservar essa riqueza a todo
custo, não podemos colocá-la em risco”, declarou Cancella.
O Movimento Bandeira Vermelha, como organização democrática
e anti-imperialista, rechaça a postura tomada pela ANP e pelo governo federal –
uma política antinacional, vassala aos interesses do capital monopolista
internacional, e que, mais uma vez, explicita o Brasil como semicolônia das
potências estrangeiras.
MOVIMENTO BANDEIRA VERMELHA
São Paulo, 01 de dezembro de 2013
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