sábado, 8 de março de 2014

Mulheres do mundo, uni-vos contra a globalização imperialista!

O imperialismo está destruindo a vida das mulheres. Está agravando a exploração das mulheres e intensificando os ataques sobre os direitos das mulheres. Através da quíntupla política neoliberal de rebaixar os salários, liberalizar, privatizar, desregulamentar e desnacionalizar, o imperialismo jogou por terras quaisquer ganhos que o movimento feminista conquistou em mais de um século de lutas. Tal é o contexto da comemoração do Dia Internacional das Mulheres deste ano.

Espalhados pelo caminho do neoliberalismo estão os corpos torturados de milhões de mulheres trabalhadoras massacradas pela extração capitalista monopolista dos superlucros. Terceirizações por parte de grandes corporações transnacionais rebaixaram os salários já baixos, com os países em desenvolvimento tentando sobrepujar-se uns aos outros oferecendo os menores salários possíveis com o fim de ultrapassar seus rivais nos contratos. Contratualização do trabalho, cotas maiores de produção, menores tempos de intervalo, e mais horas de trabalho tornaram-se a norma.

Com o objetivo de se reduzir os custos de produção, medidas de segurança são ignoradas. Operárias, com frequência, são trancafiadas em seus locais de trabalho para que não fujam, transformando fábricas em armadilhas de morte. Somente em 2013, milhares de operárias morreram incendiadas em fábricas das Filipinas e Bangladesh. O acontecimento mais devastador, contudo, foi o colapso de um edifício em Bangladesh, que matou mil operárias no setor de tecelagem. Tais fábricas manufaturam roupas de marca e são vendidas a altos preços nos Estados Unidos e União Europeia. 

A grilagem de terras e recursos naturais, acelerada pelas políticas neoliberais, deixou para centenas de milhões de mulheres camponesas e indígenas e suas famílias a condição de sem-terra, sem a mínima renda sequer para a compra de alimentos. Estima-se que cerca de 80 milhões de hectares de terras em muitos países da América Latina, África e Ásia foram sujeitas a acordos de grilagem, muitas vezes envolvendo os próprios governos de tais países. A mineração em grande escala destruiu o meio ambiente, tornando assim ainda mais fatais os desastres naturais, especialmente para as mulheres e crianças que constituem 70% das vítimas.

À base da globalização imperialista, estão milhões de mulheres vivendo em condições semelhantes à escravidão, enquanto que os imperialistas conseguem superlucros. São elas que ocupam o vazio criado pela privatização dos serviços sociais, tais como saúde e cuidados infantis. Num mundo com um crescente aumento dos preços dos alimentos e da segurança alimentar, são elas que tomam múltiplos trabalhos para alimentar suas crianças. A vulnerabilidade das mesmas à violência é aumentada pela crescente pobreza de suas famílias. 

O saque econômico e competições imperialistas são as razões por trás dos pivôs militares norte-americanos na Ásia e no Pacífico. Estes, por sua vez, deteriorarão no futuro a situação econômica dos povos da Ásia. As novas bases militares e a crescente presença de forças militares norte-americanas no continente colocarão ainda mais jovens mulheres e crianças asiáticas nas garras dos estupradores norte-americanos. 

As mulheres do mundo inteiro são levadas, por sua degradante situação, a se unirem e lutarem por seus direitos. De ano para ano, à medida que piora a crise global, o movimento feminino evoluiu em sua experiência e aumentou seu campo de ação. As mulheres estão lutando não somente por sua própria existência, como também pelas vidas de seus filhos e netos. Ultrajadas, as mesmas expõem e condenam de maneira vigorosa a demagogia de seus governos que tentam igualar as políticas neoliberais a desenvolvimento.

As mulheres estão nas linhas de frente dos protestos de massa e das demandas por democracia e anti-militarização, ou contra as políticas neoliberais, e pelas genuínas reforma agrária e industrialização nacional. De maneira crescente, as mulheres seguem ingressando em movimentos de libertação nacional como combatentes armadas. Constroem organizações de mulheres que são parte integrante da luta popular e intervêm em assuntos que são específicos do movimento feminino, como a violência contra as mulheres e a discriminação. Frente às manobras repressivas dos governos, as mulheres mostraram coragem e lutaram por seus direitos, mesmo que isso significasse perderem suas próprias vidas, integridade física e liberdade.

As mulheres estão se unindo a nível internacional numa demonstração de solidariedade sem precedentes contra o imperialismo. Estão se apoiando mutuamente em suas lutas. O mais recente exemplo de solidariedade foi mostrado pelas organizações de mulheres de toda a parte do globo, incluindo nos Estados Unidos, Europa e Canadá, para as operárias da tecelagem em greve no Camboja. Nos futuro, serão as bilhões de mulheres trabalhadoras, lutando ombro a ombro com seus irmãos trabalhadores em todas as partes do globo, que causarão o golpe de morte contra o imperialismo.

Mulheres do mundo, uni-vos!
Resistais ao saque imperialista e à agressão militar!
Combater e lutar pela libertação da mulher!

por Prof. José Maria Sison
Presidente da Liga Internacional de Luta dos Povos

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