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Camponeses realizam assembleia na fazenda ocupada |
Pouco mais de um mês após uma grande mobilização e ocupação do MST no Paraná, entre os municípios Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu (1), os camponeses ocuparam no último domingo, 31 de Agosto, um grande latifúndio na região de Corumbá (GO) para a produção de alimentos. A fazenda em questão, conhecida como Agropecuária Santa Mônica, corresponde a cerca de 20 mil hectares de terra autodeclarada improdutiva.
Toda esta região corresponde à propriedade do capitalista-burocrático (2) Eunício Oliveira, candidato a governador e senador pelo estado do Ceará. O latifundiário utiliza estas terras puramente para especulação fundiária, uma vez que esta região se encontra a 150 km de Brasília e 120 km de Goiânia (tendo se valorizado bastante nos últimos anos) e é utilizada como arrendamento para produtores de soja e de milho.
Toda essa situação calamitosa que se estende de norte a sul nas regiões agrárias, explicita de forma cabal a necessidade da reforma agrária e a justeza dos camponeses em suas reivindicações. Nesta fazenda em Corumbá, o latifundiário vem expulsando famílias trabalhadoras para fins unicamente de especulação e enriquecimento individual. No Paraná, a luta camponesa contra a Araupel busca justeza na terra para por comida na mesa. E esses dois exemplos de reivindicação se manifestam nos milhões de conflitos agrários ao longo de todo o Brasil.
Eunício Oliveira é só mais um cão no meio da matilha. Num país semicolonial e semifeudal como o Brasil, é comum o poder público estar dominado por latifundiários e seus lacaios, normalmente ligados ao capital financeiro e às multinacionais dos países imperialistas. Tanto o poder legislativo e executivo estão hegemonizados por latifundiários ou ligados a estes. Hoje em dia é comum ouvir falar de "agronegócio", que não passa de uma união mais intrínseca entre os três pilares que assolam e exploram o povo brasileiro: os latifundiários, o capital financeiro e as multinacionais.
O Movimento Bandeira Vermelha defende com todas as forças o movimento popular pela reforma agrária e exorta sua necessidade para o verdadeiro desenvolvimento do Brasil. A luta pela terra, a reforma agrária, constitui o movimento de revolução democrática anti-imperialista e antifeudal que nosso país nunca teve.
(1) Em 17 de Julho, o MST ocupou o latifúndio da multinacional Araupel, entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu. A empresa utilizava 35 mil hectares para a produção e exportação de madeira. Os camponeses se organizam em mais de 3000 famílias no Acampamento Herdeiros da Terra de 1° Maio, de acordo com o próprio MST.
(2) Entende-se burguesia-burocrática pelos possuidores do capital burocrático. Estes indivíduos, seja latifundiários ou capitalistas-compradores (intermediários e aliados internos do imperialismo), utilizam do poder público para enriquecimento individual através de acúmulo de capitais, nepotismo, corrupção, etc.
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