Aos delegados e delegadas da Cúpula Internacional dos Povos sobre a
Defesa dos Direitos Humanos e a Vigência Plena dos Tratados e Convênios
Internacionais que regem a convivência entre os Estados.
Em nome das organizações, movimentos e povos dos seis continentes que
se organizam na Liga Internacional de Luta dos Povos (ILPS em sua sigla em
inglês), saudamos em primeiro lugar a realização desta Cúpula Internacional,
esperando que os trabalhos sejam exitosos e contribuam para a unidade e luta
dos povos que lutam contra o imperialismo e o fascismo em todo o mundo.
Nós consideramos que, frente às agressões do imperialismo, é necessário
dar uma resposta organizada, unitária e contundente; consideramos que a
agressão que sofreu o Presidente Evo Morales Ayma, possui um significado
internacional. Com os fatos do dia 2 de julho fica posto em evidência que os
imperialistas e em particular os Estados Unidos, mantém uma dominação política,
econômica e militar sobre muitos países do mundo, e que para conseguir se
perpetuar como potência imperialista, utiliza todos os meios ao seu alcance
ainda quando sejam violadores de tratados e convênios internacionais.
Com a crise econômica originada nos EUA em 2008, que muito rápido se estendeu
a todos os países do mundo, a política imperialista se tornou mais agressiva,
pretendendo descarregar todos os custos da dita crise sob as costas dos
trabalhadores e os povos do mundo; aplicando medidas antipopulares e
antioperárias para intensificar a exploração e aumentar o volume de mais-valia
extraída, a qual fortalece um minúsculo grupo da oligarquia financeira
internacional, e leva a ruína milhares de homens e mulheres de todo o planeta, ao
mesmo tempo em que as principais potências imperialistas desenvolvem uma onda
de intervenções militar e estão criando condições para uma nova guerra imperialista,
que redefina a partilha do mercado mundial.
Porém os povos não cruzam os braços. De 2008 até agora, grandes
levantes, greves gerais, rebeliões, mobilizações de rua, e todo tipo de
manifestação ocorreram por todas as latitudes do globo terráqueo: Grécia,
Espanha, Portugal, Itália, Tunísia, Líbia, Egito, Turquia, Brasil, Chile,
Filipinas, Indonésia, Bangladesh, Estados Unidos, Canadá e México,
desenvolveram os movimentos mais importantes nesse período. Com isso se
ratifica que a luta dos operários, camponeses e juventude está vigente e que há
a possibilidade de mudar o rumo da história de nossos países e de toda a
humanidade.
Nesta agitada parte da história mundial, a América Latina é um grande
exemplo, todos os seus povos formam parte de uma luta contra os mais de 500
anos de dominação espanhola, cerca de um século de dominação norte-americana, e
agora mesmo, se enfrenta a intromissão de capital procedente de outras
potências imperialistas. Porém ainda com toda essa ofensiva histórica sobre
essa parte do mundo, não se nota de nenhuma maneira que se consolida essa
dominação imperialista, ao contrário, o que agora se percebe é que se abre
novamente uma nova etapa de ascensão da luta dos povos da América Latina, o que
nos anima também a apoiar e fortalecer. Chile e Brasil são claros exemplos
dessa nova etapa.
Em vários outros casos, esse ascenso do movimento na América Latina,
logrou derrubar os governos pró-imperialistas e com muito entusiasmo e coragem
os povos impuseram por força da unidade, a organização e a luta de massas,
governos democráticos e popular, em particular são os casos da Venezuela e
Bolívia; porém o que agora o imperialismo tem como objetivo claro, derrubar
esses governos, para posicionar seus asseclas dentro desses países. Frente esses
possíveis perigos, nós acreditamos que devemos dar uma resposta de maneira
contundente e unitária. Somente o respaldo e a mobilização popular poderá
enfrentar a ofensiva do imperialismo.
Rechaçamos firmemente a agressão sofrida pelo presidente Evo Morales
Ayma, no último 2 de julho, nos opomos às intervenções imperialistas em
qualquer país do mundo, lutamos e lutaremos sempre pelo direito a
autodeterminação política, econômica, cultural e militar dos povos; nos opomos
claramente à violação aos tratados e convênios internacionais, e mais ainda aos
métodos ilegais utilizados pelos EUA, como a espionagem para manter o controle
sob países aliados e não aliados.
Fazemos um chamado a todos os povos do mundo, a seguir trabalhando para
construir espaços de unidade e luta a nível internacional. Consideramos que é
fundamental unificar todas as lutas antiimperialistas, antifascistas, de defesa
dos recursos naturais, dos que lutam contra as medidas anticrise, os que lutam
por libertação nacional, os operários, os camponeses pobres, os movimentos das
zonas urbanas, a juventude, os povos originários, os movimentos LGBT, todos
devemos unificar-nos em torno da luta contra o imperialismo e por um mundo sem
exploração e sem opressão.
A crise atual foi gerada pelos ricos e eles devem pagar, os povos do
mundo não temos porque suportar sob nossas contas os custos dessa crise.
Que viva a solidariedade internacional!
por Professor Jose Maria Sison
Presidente da Liga Internacional de Luta dos Povos
31 de Julho de 2013
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